Manutenção e Aquecimento dos dedos

Este é o penúltimo artigo de uma série de artigos sobre os dedos.

Se quiserem saber mais sobre anatomia dos dedos, e forças aplicadas aos dedos podem ler os meus artigos anteriores sobre esses temas. (Neste artigo as citações cientificas estão com uma indentação diferente, se quiserem uma leitura mais relaxada leiam só as linhas que começam mais à esquerda )

Os tendões e ligamentos podem romper-se quando são submetidos a stresses superiores à sua força intrínseca.

Quando exercitamos os tendões, com aumento de carga eles reagem adaptando-se aumentando a sua concentração em colagénio, o reticulado de colagénio, resistência à tracção e rigidez. [1]

Por sua vez a imobilização dos tendões faz diminuir a concentração de colagénio que vai consequentemente enfraquece-los. Estudos mostram que imobilização durante 8 semanas podem diminuir a resistência à tracção em 50% [2, 3]

Além disso a imobilização é prejudicial para a estrutura e funcionamento das articulações. As articulações têm uma posição de pressão mínima, posição de conforto. “Se a articulação for imobilizada por algumas semanas nessa posição ocorrerão encurtamentos nos tecidos moles circunjacentes e, em consequência, será impossível uma amplitude normal de movimentos articulares”[4]

As articulações e os tendões não têm nutrição sanguínea. Não têm capilares a nutri-los como existe com outras estruturas, desta maneira a nutrição é feita pela linfa (sangue em menor quantidade, pode circular na fáscia). A circulação da linfa é feita por difusão e a difusão é promovida pelo movimento. O movimento é também por isso a melhor forma de manter a amplitude da articulação e lubrificação dos tendões.

Desta maneira, devemos mover para aquecer, e para evitar lesões.

Movimentos a fazer:

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Flexão e extensão iniciando o movimento com a articulação interfalangica distal.

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Flexão e extensão iniciando o movimento com a articulação metacarpo-falangica.

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Flexão iniciando o movimento pela articulação interfalangica distal, extensão acabando na articulação metacarpo-falangica.

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Flexão iniciando o movimento pela articulação metacarpo-falangica, extensão acabando na articulação interfalangica distal.

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Oposição do polegar contra os outros dedos.

 

Todos estes movimentos devem ser feitos lentamente com consciência no movimento que se está a fazer.

No próximo artigo vou falar de tratamento de lesões nos dedos. Último artigo desta série.

 

Bibliografia consultada:

[1] Levangie, P. K., & Norkin, C. C. (2000). Joint Structure and function: a comprehensive analysis. 4th. Philadelphia: FA. Davis Company.
[2] Noyes FR, DeLucas JL, Torvik PJ: Biomechanics of anterior cruciate ligament failure: An analysis of strain-rate sensitivity and mechanisms of failure in primates. J Bone Joint Surg Am 56:2, 1974.
[3] Noyes FR, Torvik PJ, Hyde WB, et al.: Biomechanics of ligament failure II: An analysis of immobilization, exercise, and reconditioning effects in primates. J Bone Joint Surg Am 56:1406–1418, 1974.
[4] Norkin, C. C., & Levangie, P. K. (2001). Articulações: estrutura e função: uma abordagem prática e abrangente. In Articulações: estrutura e função: uma abordagem prática e abrangente.

 

 

Websites consultados:

https://www.saudecuf.pt/desporto/lesoes/lesoes-musculares-e-tendoes (ultima consulta 2019-04-16)

 

  1. […] Este assunto é tão importante que dedico um artigo só para ele […]

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  2. […] da importância da mobilização no meu artigo anterior sobre Manutenção dos dedos. Esses exercícios devem ser feitos também em situação de lesão. Mas devemos além deles […]

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