Quando fazemos massagens, às vezes as pessoas estranham quando nós sabemos que têm os músculos tensos sem nos terem dito. Ou às vezes até se admiram quando avisamos: “Aqui vai doer um bocadinho quando eu aplicar pressão”.
Finalmente, amiúde os meus alunos perguntam como faço para perceber isso e como podem eles também o conseguir.
Explico da seguinte maneira:
Vamos palpar os músculos anteriores específicos do polegar (Abdutor curto do polegar, Flexor curto do polegar e Adutor do polegar), na zona da mão que em quiromancia se chama Monte de Vénus [estou a usar esta referencia não porque perceba alguma coisa disso, na verdade não tenho formação nenhuma, mas pela facilidade de descrever a zona] ou então para ser mais profissional: músculos que se encontram na zona antero radial do carpo.
Os músculos têm uma plasticidade, uma consistência, um tónus específicos, quando estão relaxados. Vamos usar este toque como referencia para um músculo relaxado.
Se eu tocar o polegar no indicador e fizer o mesmo teste à palpação dos músculos citados vou sentir alguma diferença. Vou sentir que a consistência mudou, consigo sentir uma linha, uma corda, normais por estar a acionar o músculo. Quando sinto esta mesma referencia em músculos que supostamente estão relaxados, ou que deveriam estar relaxados, então sei que estão tensos.
Posso então agora fazer ainda outra coisa. Posso tocar com o polegar no dedo médio, anelar ou mindinho, e aferir graus de tensão distintos.
Quando toco num músculo e a consistência dele está idêntica à 
consistência de quando toco na minha mão com o polegar a tocar do dedo anelar, então sei que a pessoa está com o músculo muitíssimo tenso.
Não é normal uma pessoa ter o músculo tenso quando não o está a activar. Pode ser comum, não quer dizer que seja normal. (às vezes as pessoas confundem comum com normal. Uma “coisa” pode ser comum, por acontecer muitas vezes, mas isso não faz com que essa “situação” comum seja normal.)
Finalmente o expoente máximo de tensão muscular seria quando tocando num músculo relaxado ele ter a consistência de quando toco na minha mão, no mesmo sitio, com o polegar a tocar o dedo mindinho.
João Pedro Soares 